sábado, 30 de abril de 2016

Uma semana no Alentejo

No Verão passado eu e um amigo  de faculdade, no âmbito de acompanhar e auxiliar uma aluna de mestrado em geologia da Universidade de ETH Zürich, fui passar três dias ao Alentejo. Chegámos a uma ‎sexta-feira,à tarde, (‎14 de ‎Agosto de ‎2015) à cidade de Évora (onde pernoitávamos) arrumámos os pertences e planeamos o dia seguinte. Tinha-mos de sair muito cedo para aproveitar o bom tempo fresco, pois à tarde com o calor (tão característico do Alentejo) não se conseguiria trabalhar.

Irei resumir bastante a publicação de maneira a não ficar muito carregada, colocando apenas situações que achei de especial interesse, apesar de ter gostado bastante da experiência.

O área de estudo ficava próximo da  zona de Viana do Alentejo, onde vimos afloramentos de mármore e paragnaisse. Geo-referenciava-mos e mediamos atitudes tudo com o auxilio de um aplicativos digitais (algo muito diferente do que estávamos habituados nas aulas de campo) . Geralmente junto dos mármores o solo era muito vermelho rico em óxidos de ferro a chamada terra rossa.

Vista do primeiro afloramento


Terreno aplando rico em Terra rossa 

No fundo foi feito uma cartografia geológica e estrutural de uma determinada área, usando uma aplicação específica para tal num tablet. Vimos estruturas interessantes como Boudinage estruturas que têm o nome (derivado do francês: boundin ou seja salsicha) do que realmente parecem... um comboio de salsichas! Estas estruturas lenticulares, no caso centimétricas, ocorrem quando uma rocha mais competente (no caso quartzo) está envolvida por rochas incompetentes (no caso paragnaisses) e sobrem forças distensivas, geralmente este tipo de processos ocorre em áreas de metamorfismo regional.


Veio de Boudinage de quartzo em paragnaisse

Em alguns afloramentos conseguimos identificar minerais menos comuns de se encontrar como epidoto, pirite e quartzo em cristal bem desenvolvidos (euédrico).

Epidoto em paragnaisse
Pirite dissemindada em Quartzo
Quartzo cristalino em cavidade

Para além de muito calor, muitos paragnaisses e quilómetros feitos tínhamos a fantástica oportunidade de estar constantemente com estas belíssimas paisagens tipicamente alentejanas, e fazer geologia na companhia de bons amigos ainda vale mais a pena!

José Xieto no campo
Ricardo  Santos (eu) no campo
Paisagem tipicamente Alentejana
Eu e o meu amigo José no ultimo dia no Alentejo

1 comentário:

  1. Obrigado pelo post, foi uma excelente experiência na companhia de um grande amigo. Geoabraços.

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