terça-feira, 19 de abril de 2016

Uraninite !

A Uraninite UO2, embora composta por oxigénio e por urânio, pode chegar a conter quantidades apreciáveis de chumbo, tório, rádio e outros metais raros, pertencentes ao grupo das chamada "terras raras". 
De uma importância científica excepcional, este mineral é radioactivo e deve ser manipulado com muita cautela e que tem de ser guardado dentro de caixas fechadas e protegidas por uma placa de chumbo com uma espessura adequada.

Cristais de Uraninite
(https://en.wikipedia.org/wiki/Uraninite#/media/
File:Uraninite-usa32abg.jpg)

A Uraninite é um mineral opaco com um brilho submetálico ou gorduroso, de cor preta a preta-acastanhada ou amarelada-escura, consoante as variedades. Quando se oxida perde o brilho e dá lugar à Gummita. Em contacto com o ar e a água, a Uraninite vai-se transformando a pouco e pouco numa massa gelatinosa e amorfa com uma composição muito complexa. O seu nome vem do latim "gummi" que significa "goma" ema lusão às massas arredondadas ou espalmadas com o aspecto de goma com que costuma apresentar-se.


Uraninite
(https://upload.wikimedia.org/wikipedia
/commons/d/df/Uraninite-218648.jpg)

Até ao século XVIII este mineral não teve nome até o químico alemão Klaproth ter detectado um novo elemento a que chamou Urânio, em honra da descoberto do planeta Urano. Em 1898 o casal Curie realizou uma descoberta incrível ao encontrar os elementos polónio e rádio na Uraninite. Com esta descoberta, este mineral passava a ocupar um lugar de preferência nos laboratórios científicos mais avançados. 


Funcionamento reactor nuclear
(http://rd9centralelectrica.webnode.pt/desenvolvimento
/centrais-nucleares/como-funciona-uma-central-nuclear-/)


A Uraninite é a principal fonte para obter urânio, o metal radioactivo mais importante do ponto de vista científico, industrial e militar. A civilização apoia-se em duas grandes fontes básicas de energia : os combustíveis fósseis e o urânio. Por ser muito instável, com o passar do tempo o urânio decompões-se em produtos mais leves e mais simples, libertando enormes quantidades de energia atómica, assim chamada por provir da transformação dos átomos. Controlado num reactor nuclear, o calor que o urânio emite quando se desintegra pode ser utilizado para accionar geradores convencionais de turbina a vapor com o objectivo de produzir electricidade. 


Explosão Bomba Nuclear
(http://hypescience.com/wp-content/uploads/2009/09/explosao-nuclear.jpg)

No entanto, quando a massa de urânio num local supera um determinado valor, denominado massa crítica, toda a energia se liberta ao mesmo tempo. Esta é a base da bomba atómica, de grande poder destrutivo. 
A energia atómica liberta-se sob a forma de calor e de outras formas de radiação. São estas radiações que causam lesões irrecuperáveis nas pessoas e nos outros seres vivos que estejam expostos a elas. 


É ainda possível saber com rigor a idade das formações geológicas quando os minerais ou as rochas incluem elementos radioactivos instáveis que se desintegram em elementos estáveis a um ritmo determinado. Assim, o produto final da decomposição do urânio é o chumbo e sabe-se que a vida média deste metal é de 4.470 milhões de anos, o que significa que nesse período de tempo metade do urânio original se deve ter convertido em chumbo. Analisando em laboratório a proporção entre urânio e chumbo de origem radioactiva de um mineral como a uraninite, pode-se determinar a idade desta e obter informação acerca da idade da rocha onde este mineral se encontra disperso. 


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