domingo, 23 de outubro de 2016

Piropo!

Conhecida como a gema da Boémia, foi ela que deu lugar à actividade da prospecção, lapidação e posterior venda.  O seu nome deriva do grego "pyros" que significa fogo, em alusão à sua cor característica. 

O piropo ( Mg3Al2) pertence à numerosa família das granadas, dentro da qual forma uma série conhecida por piralspite. Este nome é formado por partes dos nomes de 3 minerais : piropo, almandina e espessartite. Pertence à classe dos Silicatos ( Nesossilicatos ), do sistema cúbico, apresenta dureza relativa 7 , fractura irregular e brilho vítreo. 

Piropo
(http://3.imimg.com/data3/GT/PQ/
MY-4495167/garnet-stone-500x500.jpg)

O piropo apresenta-se habitualmente com uma forma esférica, que corresponde a cristais que não chegaram a formar faces diferenciáveis, no entanto, isso não faz com que perca o carácter de gema. Como se trata de uma granada de alumínio e magnésio que se encontra em rochas vulcânicas, como os kimberlitos e eclogitos, teoricamente deveria ser incolor. No entanto, a sua cor intensa deve-se a uma pequena substituição dos iões de alumínio da sua molécula por iões de crómio. 

Piropo
(http://www.foro-minerales.com/
forum/files/granate_rojo_cristal_181.jpg)

O maior piropo do mundo foi encontrado na região da Boémia e atualmente encontra-se no Museu Kunsthistorisches em Viena. Esta gema era também conhecida como "rubi do Cabo" mas foi abandonado esse termo pois induzia em erro os joalheiros da altura. 

(https://pt.pinterest.com/qjalabert
/kunsthistoriches-mus%C3%A9um-vienne/)

A moda das granadas na Boémia atingiu o seu esplendor em meados do século XIX. Exportadas para a Polónia e para a Rússia, tinham grande procura na corte dos czares e, de facto, nos museus russos encontram-se bastantes jóias com piropos. 

Região da Boémia, na Républica Checa
(https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/23/
Czech_Rep._-_Bohemia,_Moravia_and_Silesia_III_(en).png)

A principal utilização do piropo é gemológica. É um material excelente para ser talhado e facetado tanto pela sua dureza como por não se fracturar com facilidade. Nalguns países utiliza-se por vezes uma lapidação muito simples, aproveitando as faces naturais do cristal, perfurando-o e utilizando-o como contas de colar. 

Actualmente as jazidas mais importantes encontram-se na África do Sul ( na zona diamantífera de Kimberley ), na Austrália ( Nova Gales ) e na Rússia ( região do lago de Baical ). 

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