domingo, 8 de maio de 2016

Pentagonite!

A Pentagonite ( Ca(V4+O)Si4O10.4H2O ) deve o seu nome à maneira como cristaliza, visto que costuma fazê-lo em forma de agregados cristalinos em que aparecem com frequência maclas de cinco cristais que se desenvolvem em conjunto. Esse crescimento gemelar faz com que o cristal pareça ter cinco planos de simetria ou cinco ângulos, razão pela qual foi baptizado com as palavras gregas penta ( significa cinco ) e  gonia ( que significa ângulo ). 


Pentagonite
(http://www.merkabaormusmonoatomicelixirs.org/uploads/
1/4/6/4/14645478/s629328697472846993_p85_i1_w651.jpeg)

Pertence à família dos silicatos, é do sistema rômbico, tem uma dureza aparente de 3-4, fractura serrilhada, uma descamação perfeita numa direcção e um traço branco azulado. Foi descoberta em 1973 no Lake Owyhee State Park, no estado do Oregon, nos Estados Unidos. 



Pentagonite de Oregon
(https://upload.wikimedia.org/wikipedia/
commons/1/1d/Pentagonite-304715.jpg)



A formação deste silicato está relacionada com os processos a que são sujeitas as escoadas de lava à superfície. De um modo geral, a circulação de água pelas fissuras e as cavidades que aparecem nas escoadas faz com que alguns minerais, entre eles a Pentanite e a Cavansite ( silicato que ocorre como mineral secundário em rochas andesíticas e basálticas), formem os seus cristais com os elementos que a água foi dissolvendo da massa de lava. Nestes casos, os exemplares cristalizam nos espaços vazios que ficam no interior das lavas depois de solidificarem. 



Pentagonite
(http://www.mineral-forum.com/
message-board/files/pentagonite_193.jpg)

Uma das características da Pentagonite é o seu pleocroísmo ( mudança de cor consoante a direcção da luz incidente ). A Pentagonite é azul devido ao Vanádio que contém mas, quando muda o ângulo de incidência da luz, a cor desaparece por completo e o mineral parece ser incolor. 

Quase 11,5% do peso da Pentagonite corresponde ao Vanádio, que costuma aparecer sob a forma de um óxido. Por isso, quase toda a Pentagonite que é extraída das jazidas destina-se ao coleccionismo. 
Encontra-se essencialmente nos Estados Unidos e na Índia. 


(https://www.crystalclassics.co.uk/Uploads/Image/
Articles/Munich%20Show%2009
%20part%203/DSC01558.jpg)


O Diamante

Quem nunca ouviu falar de diamantes... Um dos mais conhecidos minerais do mundo, com certeza. Mas porque será? O que tem de especial? Ora vejamos...

Começaremos pelo seu nome, Diamante, vem do grego antigo αδάμας, adámas, que significa invencível ou inalterável, e só por aqui podemos ter uma pista do porque do seu valor. De facto o Diamante é o material natural, que se conhece, com maior dureza no Mundo, dureza de 10 (valor máximo da escala de Mohs), ou seja no domínio dos materiais naturais só um diamante consegue riscar outro diamante, não podendo ser riscado por nenhum outro mineral.

O meu exemplar de colecção tem 3x2x2 mm e provem da República do Gana.


Diamante de colecção do Autor (Ricardo dos Santos)

 Dada a sua dureza e também a sua elevada capacidade de dispersão óptica, que é a capacidade para dispersar a luz de cores diferentes, resultando em seu brilho característico que definiu a designação do brilho adamantino. As suas excelentes propriedades ópticas e mecânicas, combinado com o marketing eficiente, fazem o diamante o mineral mais precioso e dos mais populares usados em joalharia.
 O diamante pode ter várias cores, dependendo do tipo de impurezas que apresente na sua estrutura como a cor azul (boro), amarelo (nitrogénio), negro (com inclusões de grafite), etc., o que é mais usado em joalharia é o diamante incolor, diamante puro, ou seja carbono puro (C).
 Em relação a outras propriedades inerentes ao mesmo... Faz parte da Classe dos elementos nativos, pertence ao sistema cristalino do tipo cúbico, possui densidade 3,52 g/cm3, clivagem octaédrica perfeita e fractura concoidal.

Diamante de colecção do Autor (Ricardo dos Santos)

A sua origem e jazidas... A sua génese tem lugar a grande profundidade, domínios do manto terrestre (140~190 km), a pressões e temperaturas muito elevadas. São expelidos para a crosta em eventos geológicos muito especiais dada a rapidez a que aconteceram e outros factores muito peculiares. A sua rocha portadora é quase sempre o kimberlito, rocha ígnea que enche chaminés vulcânicas "pipes", onde o diamante ocorre sob a forma de fenocristais (cristais maiores que o restante material cristalino que o envolve), este tipo de génese é designado por jazigos primários, porém também à jazigos secundários, principalmente em areias e cascalhos originados por erosão dos depósitos primários.
 Curiosidade: O maior  diamante em bruto foi encontrado em África do Sul com 3106 quilates (621 gramas) que foi partido em vários pedaços, o maior foi trabalhado  e pertence à casa real britânica, é designado Cullian I ou Grande Estrela de África, com 530.4 quilates (106.08 g).

Diamante Cullinan I

As mais antigas jazidas de diamantes já foram esgotadas e localizavam-se na Índia. Os principais produtores actuais são: Rússia, Botswana, República Democrática do Congo, Austrália, Canadá, África do Sul e Angola.

domingo, 1 de maio de 2016

Tectite!

As Tectites são vidros siliciosos de uma cor verde-amarelada e com a superfície bastante rugosa. Também são conhecidas como "lágrimas do céu" e são formadas em resultado de um choque de um meteorito sobre a superfície terrestre. 

Tectites
(http://www.dinodeals.co.uk/saleimages/meteorites/indochinite/1.jpg)

Apresentam uma fórmula variável com sílica ( SiO2), pertencem à classe dos Mineralóides, têm dureza relativa de 5-6, fractura concoidal e brilho vítreo-ceroso. Inúmeras inclusões são comuns, cujas características fazem com que seja fácil distingui-las dos vidros artificiais.  

Os nomes das diferentes variedades de tectite derivam directamente do local onde foram encontradas. Assim, temos a moldavite, da Moldávia; a australite, da Austrália ; a ivorite, da Costa do Marfim; a javalite, da ilha de Java na Indonésia; entre outros.  A Moldavite é considerada uma gema graças à sua incrível cor verde, sendo usada em joalharia. 


Moldavite, proveniente da Moldávia
(http://api.ning.com/files/c2nk1pk6akTs4dwgrqqRhQ0x6505QpcokeH5*
DBJuq31-PDthkz-2Sjt*w8TkYKEm*
9x3ZquiK-kN9kqogD539ASMbp3UeeC/42_17LIGHT.jpg)

Australites, provenientes da Austrália
(https://sites.google.com/site/meteoriticainfo/_/rsrc
/1255704884883/tektitos/tektite-a(australite).jpg)

Ivorite, da Costa do Marfim
(http://www.b14643.de/Tektites/#2.
Tektite & Microtektite)

A queda de um meteorito provoca profundas mudanças nas rochas da crosta terrestre que suportam o seu impacto. Durante o choque, tanto a pressão como a temperatura sofrem um aumento considerável, o que faz com que o material que forma a rocha se transforme. Surge assim uma matéria fundida que, ao solidificar imediatamente após o impacto, forma uma pasta vítrea que por sua vez forma as tectites. 

(http://www.cgenarchive.org/uploads/2/5/2/6/25269392/6293648_orig.jpg)

Um dos locais onde é possível encontrar tectites é o deserto da Líbia, no norte de África. A enorme extensão desértica deste país foi abalada por inúmeros impactos de meteoritos  que transformaram a estrutura da rocha e da areia no local de impacto e criaram as condições de formação de tectites. Estes minerais ficaram disseminados à volta das zonas de impacto e receberam o expressivo nome de "vidro da Líbia". Este vidro é translúcido a transparente e apresenta uma tonalidade amarela-esverdeada. Pensa-se terem cerca de 28 milhões de anos. 


Vidro da Líbia
(https://sites.google.com/site/meteoriticainfo/_/rsrc/
1255704884883/tektitos/tektite-a(australite).jpg)

Existe ainda uma tectite que foi baptizada com o nome de "vidro de Darwin" por ter sido descoberta na Tasmânia por Charles Darwin, durante a sua viagem à volta do mundo a bordo do Beagle


Darwin Glass
(http://www.meteorite-times.com/
Back_Links/2002/June/colectors_corner.htm)