terça-feira, 28 de julho de 2015

Pegadas de Dinossaurios - Lagos


 Foi no dia 30/11/2014 que no decorrer de uma visita de estudo da cadeira de paleontologia, leccionada no segundo ano, primeiro semestre, do curso de geologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, a turma foi visitar uma jazida de icnofósseis de locomoção, isto é, marcas de actividade biológica, feitas em vida  que são possíveis de ficar registados no corpo geológico caso ocorra durante a locomoção do ser vivo uma interrupção da sedimentação. A estes icnofósseis chama-se comummente "Pegadas", talvez já tenham ouvido falar...
   Estas pegadas podem representar o molde negativo do pé do animal, ou o positivo, uma boa maneira de fazer entender o que é a parte negativa ou positiva de uma pegada é tomando o exemplo de quando em plasticina pressionamos com o dedo e vemos que a impressão deixada na plasticina corresponde ao nosso dedo, isso é o molde externo do nosso dedo e designa-se por molde negativo. O molde positivo consegue-se pela negatividade do molde negativo e resulta da sua positividade, é quando cobrimos a marca da plasticina com gesso por exemplo, e ao retirar o gesso (depois de seco) vemos que representa de maneira quase perfeita a parte do nosso dedo que ficou marcada na plasticina.
 Consegue-se pelo estudo das pegadas de dinossarios, determinar a dimensão, o comportamento, orientação, a anatomia do pé e o grupo taxonómico e em casos particulares de excelente conservação da pegada a espécie.

 Nos dinaussarios bípedes a velocidade de locução é determinada segundo a equação V=
g0,5 x ʎ1.67x a-1.17 , onde g= aceleração da gravidade (9,8) e a é calculado por a=5,7xC (se C>25 cm) ou  V=4,6xC (se C<25cm), onde C corresponde ao tamanho da pegada, e ʎ corresponde á dimensão da passada, isto é, a distância da ponta de uma pegada à outra do pé oposto.

As pegadas geralmente estão associadas a Margas, pelas propriedades da natureza do material, e a razos de maré.

 Na visita de estudo vimos pegadas de Ornitópodes do género Iguanodon do Cretácico Inferior e pegadas, não tão evidentes de Saurópodes do Júrrasico Superior, estas duas ordens pertencem ao grande grupo de dinossaurios saurísquios. Os Iguanodon foram um género de dinossauro herbívoro e bípedes que poderiam chegar aos  9 metros de comprimento, pesar cerca de 4,5 toneladas e atingir velocidades de até 31km/h.Os Saurópodes  tinham grandes corpos, com um pescoço comprido e cabeça relativamente pequena, eram quadruples  e herbívoros.


Pegada de Iguanodon_1

Pegada de Iguanodon_2

Pegada de Ornitópodes_1
Pegada de Ornitópodes_1.1

E aqui  fotos da costa da Praia Santa, onde vimos as pegadas de Iguanodon.

Praia Santa, Lagos, Algarve_1

Praia Santa, Lagos, Algarve_2

domingo, 26 de julho de 2015

Azurite & Malaquite


 Mais dois exemplares de minerais da minha colecção, Malaquite com Crisocola (1) e Azurite (2), o primeiro veio da Republica Democrática do Congo e o segundo infelizmente não conheço a origem.

Em relação às propriedades mineralógicas:

  • Malaquite e Azurite- do Grupo dos carbonato de cobre, cristaliza no sistema monoclinal. pode cristalizar segundo hábito massivo, botrioidal, es forma de estalactites, cristais aciculares a tabulares, a malaquite apresenta uma cor verde brilhante, verde escuro, verde claro, já o seu polimorfo Azurite, como se pode deduzir do nome, apresenta cores como Azul, Azul berlin, Azul claro a escuro. A azurita é encontrada frequentemente em associação com a malaquita como resultado da alteração e oxidação de minerais de cobre por pseu-domorfismo (tipo de transformação que ocorre nos minerais, que tem como resultado a alteração da composição química e a estrutura interna dos minerais, mas mantendo a sua morfologia), esta alteração deve-se principalmente ao estado de oxidação do Cobre ( Cu), sendo que na Malaquite apresenta-se como Cu+ e na Azurite como Cu2+. Têm um brilho vítreo a fibroso, com dureza 3,5 - 4 na escala de Mosh, uma densidade de 3,6 - 4 na Malaquite e 3,7 - 3,9 na Azurite ; Ambos com clivagem perfeita e com fractura sub-concoidal a concoidal. A Azurite de formula química, Cu3(CO3)2(OH)2 altera-se com facilidade para com o tempo, pois a interacção com a água transforma-a em malaquite cuja formula química é Cu2(CO3)2(OH)2. Em relação ás jazidas este minerais são de neoformação derivado de alteração de sulfuretos de cobre em ambientes carbonatados.  Também se encontra como impregnações em rochas sedimentares, como arenitos, de águas carbonatadas ricas em sulfatos de cobre. Junto a estes minerais podem aparecer minerais como limonite, calcite e cobre. As utilizações mais comuns destes minerais são para fins ornamentais dado as suas cores magnificas mas também são usados para o fabrico de objectos, mas dada a sua fragilidade de dureza e clivagem é preferível não usar para este fim. A distribuição munidal das jazidas destes minerais é muito vasta, na Penisula Ibérica os melhores exemplares provêm de Jaén, Espanha e também da faixa piritosa do Alentejo.

Malaquite e Crisocola (1)_1

 Nas imagens consegue-se distinguir facilmente cores de tom azulado o Crisocola e o verde que corresponde a Malaquite. O mineral Crisocola de formula química Cu2H2Si2O5(OH)4
é um silicato de cobre hidratado, do sistema ortorrômbico, dureza de 2 - 3,5 e de densidade relativa de 2 - 2,4 e com brilho de vítreo a terroso. Ocorre, basicamente, com os mesmos hábitos que a Azurite e Malaquite.

Malaquite e Crisocola (1)_2
Malaquite e Crisocola (1)_2
Malaquite e Crisocola (1)_3

A Azurite:

Azurite em rocha carbonatada_1

Azurite em rocha carbonatada_2

Azurite em rocha carbonatada_3

sábado, 25 de julho de 2015

Turmalina

 Mais um exemplar de turmalina da minha colecção de minerais que desconheço a origem, apesar de também ser Negra (escorlite), esta cristalizou numa matriz mais férrea daí a sua cor mais acastanhada/encarnada.

Mais informações mineralogicas deste grupo de minerias, as Turmalinas consultem um outro post sobre turmalinas Aqui.

Turmalina Negra_1
Turmalina Negra_2

Turmalina Negra_3

Turmalina Negra_4

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Professor Galopim

 Foi dia 25-05-2014, a Ultima palestra de 2015 sobre Solos, que tive a honrosa oportunidade de conhecer pessoalmente o ilustre Professor Catedrático,  A.M Galopim de Carvalho. Tendo vários livros escritos pelo professor levei o primeiro que comprei (Dicionário de Geologia), que para mim é o mais especial, esperando conseguir uma assinatura do professor no final da palestra, que decorreu no Edifício C6 da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, da qual sou aluno (actualmente).
 A palestra foi excelente e agradeço ao núcleo de estudantes de Geologia da Fcul (NEG FCUL), por terem então trazido o reformado professor de volta a casa. A Sala estava cheia de antigos alunos do professor e meus actuais professores, e todos na sala se emocionaram pelo recontro. O professor agora com 85 anos, apesar da audição, parecia bem de saúde e com um espírito pedagógico ainda muito activo e sempre muito alegre. Ao final da palestra pedi para o professor me assinar o livro, e não só me assinou como ainda tivemos a falar dos seus anos em que teve na tropa em Beja. Tirámos uma foto os dois e gostei muito quando o professor me disse, bem alto (surdes...) «Depois quero essa foto! Manda para o meu mail!». Resumindo adorei aquele dia, e espro um dia poder voltar a estar com o professor.


Dicionário de Geologia assinado

Eu e o professor Galopim


Podem ver toda a palestra neste vídeo.



Cartaz da palestra dos solos



Mais uma vez, obrigado pelo privilégio.



Professor Galopim


Penedo furado (Round two!)


 Ainda em relação à praia do penedo Furado... Ao andar a tirar fotos aos afloramentos de xistos, encontrei uma rota pedestre que me levou a cascatas de água, espectaculares.  A agua nem era muito fria, mas o facto de haver cobras de água não ajudou muito no banho!

Cascata de água_1


Águas límpidas do Penedo


Pequeno lago


Pequena Cascata vista de cima


Curso de Água PF_1


Curso de Água PF_2


Cascata de água_1.1




Curso de Água PF_3


Curso de Água PF_4

Penedo furado (Round one!)

Quando o calor aperta, apetece ir á água, então decidi ir ao "Penedo Furado" que é uma praia fluvial perto de Vila de Rei a uns 25 km de Abrantes. Ao chegar acabei por quase nem ir à água... Geologia da Região é incrível!!

Penedo_1


Eram vísiveis várias Dobras de diferentes escalas.

Mesodobra_1

Mesodobra_1.1

Penedo_2



Penedo_3



Penedo_4


Penedo_5


  

Penedo_6



Penedo_7


Penedo_8


Turmalinas - Castelo do Bode





 No Concelho de Abrantes na praia fluvial da Aldeia do Mato, as litologias predominantes são xistos luzentes e mica xistos, porém granitóides também afloram. Neles encontrei no dia 14/07/2015 incluso em veios de quartzo, Turmalinas, da variedade Dravite (?). A dimensão dos cristais têm no máximo 11mm, de castanho escuro a negro, sendo que à lupa se evidência melhor a cor castanha.
 Para terem mais informações mineralógicas deste grupo  de minerais podem rever  o post de turmalinas Aqui.

Turmalinas_CB1

Turmalinas_CB2

Turmalina_CB3

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Turmalina

Uma das Turmalinas negras ou Escorlite, da minha colecção. Turmalina com Albite e quartzo, que infelizmente desconheço a origem.

Em relação às propriedades deste mineral:
  • Turmalina- Da classe dos Silicatos, cristaliza no sistema trigonal. frequentemente em cristais prismáticos mais ou menos alongados e estriados longitudinalmente, esta variedade é de cor negra da variedade escorlite mas existem outras variedades onde a cor é diferente como a castanha (dravite) rica em magnésio e de cores variadas, a elbaíte, com lítio e sódio,a  incolor e mais rara (acroíte), rosa ou vermelha (rubelite), verde (verdelite) e azul (indicolite) a diferença de cor varia conforme a composição química, tem brilho vítreo e com dureza 7 - 7,5; na escala de Mosh, uma densidade de 2,9 - 3,25; sem clivagem mas com fractura concoidal. O seu peso específico varia de acordo com a sua composição química. São ciclossilicatos isto é, em todos os silicatos o sílicio dipõe-se no centro de um tetraedro cujos quatro vértices estão ocupados por átomos de oxigénio, estes tetraedros compartilham dois vértices e juntam-se em anéis de seis tetraedros;  bastante complexos de formula química, Na(Mg,Fe,Li,Mn,Al)3Al6(BO3)3Si6.O18(OH,F)4, As turmalinas ocorrem essencialmente em pegmatitos graníticos associadas a quartzo, ortose, clevelan-dite,  topázio,  berilo,  moscovite,  etc..  Este  mineral  tem  grande  interesse  como  gema  mas  tem  também aplicação em instrumentos de precisão pelas suas propriedades piezoelétricas e piroelétricas. São minerais tipicamente de rochas metamórficas podendo também ser encontrados em rochas ígneas ricas em ferro e magnésio. As mais famosas jazidas de turmalinas límpidas são as brasileiras de Minas Gerais e as da Califórnia, nos EUA mas também em Moçambique e na ex-Checoslováquia existem grandes massa compactas deste mineral.



Turmalina (mineral negro)
Turmalina2

Turmalina3
Turmalina4

⚒ Micas ⚒


Dia 21/6/15, andei pela aldeia de Casais de Revelhos, em busca de minerais... Sabendo que a região é bastante rica em Moscovites, o principal objectivo era conseguir uns bons exemplares deste grupo de filossilicatos.

Micas (moscovites)
8x5 cm
Casais de Revelhos - Abrantes


  • Moscovite: Filossilicato que contém, basicamente, potássio, aluminínio, silício e oxigénio e também pode conter flúor (KAl2(AlSi3O10)(F,OH)2. Os cristais de moscovite pertencem ao sistema mono-clínico, e apresentam um hábito hexagonal.São geralmente tabulares e parecem frequentemente com a forma de escamas. Apresentam uma alta clivagem basal, são flexíveis e elásticas pelo que se conseguem separar facilmente do agregado cristalino. Como podem ver pelas imagens, apresenta uma cor entre o incolor a cinza e com um brilho de vítreo a nacarado.

Em relação ao local de recolha... Ao pé da ribeira dos Casais de Revelhos.