domingo, 11 de outubro de 2015

Península do Baleal (Round two!)


 Depois da breve introdução que fiz à expedição ao Baleal, apresento agora umas das mais belas e bem representadas zonas estratigráficas do Jurássico Português! 

Quadrado Estratigráfico
 A fotografia anterior foi tirada no estremo Norte da Península do Baleal e a ilha que se vê é a "ilha das pombas", nome que após uns minutos a observar a ilha constatei o significado do nome... não só pombas mas pombas mas também outras aves escolheram a pequena ilha para nidificar, talvez por estarem mais seguros dos humanos.
 O que é de salientar na fotografia são os estratos que representam de forma quase continua uma estratificação do Jurássico médio. A litologia presente pertence à Formação de Cabo Mondego e é constituído por margas, calcários margosos e argilosos fossilíferos do Bajociano superior (168.3 M.a)- Batoniano inferior (168.3 M.a) (Jurássico Médio). Encontram-se alinhadas segundo uma direção aproximada N-S com inclinação de 36º para ENE, calcários do Bajociano superior  - Batoniano inferior (Jurássico Médio) (Azerêdo, 1988).
 Segundo estudos (AZERÊDO, 1988) de calciturbiditos e “debris-flow” no interiro da formação concluísse que o ambiente era de plataforma distal onde sedimentação seria monótona e por isso, associado com a natureza rígida da concha carbonatada do amonóide, encontram-se dois factores potenciadores para a diagénese fóssil.

Vista da zona Este ao longo do Baleal e ilha das Pombas
 Vimos bastantes fósseis de amonóides, rostros de belemnite, braquiópodes e até de crinóides. Porém dado o local acidentado foi impossível tirar todas as fotos em condições... 

Braquiópode fossilizado por recristalização em calcário margoso
Amonóide fossilizado em calcário margoso

 A ultima foto pertence a um dos  amonóides que encontramos, correspondem a um molde interno de um amonoide evoluto de idade Jurássica, onde apenas a estrutura somática correspondente à concha do indivíduo, dada a sua natureza dura, foi possível de fossilizar tendo o material onde se depositou a concha ocupado as cavidades do seu interior. O resultado que vemos é pois a forma e os relevos do interior da estrutura somática do animal. Na foto conseguimos ver a forma  discoidal da concha assim como as suas ornamentações nomeadamente costilhas radiais, simples, finas e rectilíneas.

Península do Baleal (Round one!)


 Foi no dia 13/09 numa expedição ao Baleal, que fui mais uma vez para os belos lados de Peniche. A nossa equipa chegou de manhã ao local e após um breve passeio de reconhecimento à península  tanto com uma equipa de biologia como a de geologia (constituída apenas por mim), que no dia era composto somente por mim, seguiram à procura estudar e fotografar as várias vertentes multidisciplinares no âmbito destas duas ciências, que a península do Baleal tem à disposição de qualquer um.
  Durante a manhã até a meio da tarde esteve relativamente bom tempo com Sol forte e poucas nuvens, a praia do Baleal (Este) estava com alguns banhistas que aproveitavam tanto o tempo como as águas relativamente calmas, em comparação ás águas muito agitadas da parte Su-sudeste da península, e que nos faziam encher de inveja! Mas lá conseguimos resistir ao mergulho e continuar o trabalho. 

Zona Este:
Praia beatch
Praia a Este da Península do Baleal_1.1

Praia a Este da Península do Baleal_1.2

Zona Oeste:

Zona Oeste da Península com forte agitação

Zona com forte agitação marítima a Su-sudeste do Baleal

 Para a equipa de Biologia que fez a recolha de imagens Subaquáticas, o trabalho não foi nada fácil, mesmo tendo escolhido a Zona Este. Porém fez-se o melhor que se pode sempre mantendo a segurança.

Zona de Entrada para mar
Mar turbulento junto às rochas

 Percorri grande parte da zona Este sozinho e a parte Oeste acompanhado com o grupo de Biologia que me auxiliou no estudo e no registo fotográfico. 
 Para não tornar este Post muito grande irei fazer um à parte sobre o registo Geológico.